No Luar do sertão, procuro meu
coração: Uma homenagem a Luiz Gonzaga
Texto do Escrito pelo professor Luigi
As falas foram retiradas das letras das músicas de Luiz Gonzaga
ABERTURA: Boa noite a todos que carinhosamente vieram prestigiar nosso
sarau, As crianças do 1º ao 5º ano estarão aqui neste palco para homenagear o
grande cantor, compositor e artista, Luiz Gonzaga, declamando, cantando,
dançando e interpretando essa ilustre pessoa que tanto contribuiu para a
cultura nordestina e brasileira.
Quero fazer um convite a
vocês, pais, avós, tios, a todos que
carinhosamente estão presentes na Escola João Walmick... de voltar a serem
crianças e se entregarem a magia da infância de ser feliz. Acompanhem toda a historia, cantando
junto com os alunos e deixando a alegria fluir.
Cena 1
Entra um menino carregando uma mala e declamando
No dia em que fui embora
Minha mãe até a porta
Minha irmã até a rua
E até o porto, meu pai
O qual não disse palavra
Durante todo o caminho
E quando eu me ví sozinho
Ví que não entendia nada
Não de pruquê eu ia indo
Nem dos sonhos que eu sonhava
Sentí apenas que a mala
De couro que eu carregava
Embora estando forrada
Menino, cheirava mal
Afora isto, ia indo.
Atravessando, seguindo
Nem chorando, nem sorrindo
Sozinho prá capital
Mas agora eu to de vorta
Pra reencontrar o meu amor
Música Asa Branca (Música 1) coreografia coma turma_________________________________
Meninos- ( Entram em
cena declamando)
Juazeiro, juazeiro
Me arresponda, por favor,
Juazeiro, velho amigo,
Onde anda o meu amor
Ai, juazeiro
Ela nunca mais voltou,
Diz, juazeiro
Onde anda meu amor
Juazeiro, não te alembra
Quando o nosso amor nasceu
Toda tarde à tua sombra
Conversava ele e eu
Ai, juazeiro
Como dói a minha dor,
Diz, juazeiro
Onde anda o meu amor
Juazeiro, seje franco,
Ela tem um novo amor,
Se não tem, porque tu choras,
Solidário à minha dor
Ai, juazeiro
Não me deixa assim roer,
Ai, juazeiro
Tô cansado de sofrer
Juazeiro, meu destino
Tá ligado junto ao teu,
No teu tronco tem dois nomes,
Ele mesmo é que escreveu
(entra o coral em forma de cortejo, cantando)
Coral
O Xote Das Meninas ( Música 2)
Luiz Gonzaga
Mandacaru
Quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega
No sertão
Toda menina que enjôa
Da boneca
É sinal que o amor
Já chegou no coração...
Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir timão...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao dotô
A filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, não quer nada...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
Mas o dotô nem examina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
Que prá tal menina
Não tem um só remédio
Em toda medicina...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
Apresentação da música acima pela
turma:____________________
Menino 2
Caí do céu por descuido
Se tenho pai, num sei não
Venho de longe,m seu moço
Lugar chamado sertão
Vivo
Cortei com minha peixeira
Todo mal que encontrei
Fui caminhando, enfrentando
As terras que o sol secou
Até chegar a cidade
Dos homens que Deus olhou
Que o Santo Padre perdoe
A triste comparação
Melhor viver no cangaço
Que a tal civilização
Brinquei com o mal, brinquei
Sorrí quando matei
Eu vím pra ser melhor
Cheguei aqui, chorei
( entra o coral
cantando )
Cintura Fina
Luiz Gonzaga
Minha morena, venha pra cá
Pra dançar xote, se deita em meu cangote
E pode cochilar
Tu sois muié pra homem nenhum
Botar defeito, por isso satisfeito
Vem cá, cintura fina, cintura de pilão
Cintura de menina, vem cá meu coração
Quando eu abraço essa cintura de pilão
Fico frio, arrepiado, quase morro de paixão
E fecho os olhos quando sinto o teu calor
Pois teu corpo só foi feito pros cochichos do amor
Música ( Música 3 ) e coreografia coma turma: _______________________________________
(Entra 2 meninas declamando)
Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
Música ( Música 4) e coreografia com a turma
_____________________________________
Mulher Rendeira
Folclore nordestino
Olê muié rendera
Olê muié rendá
Tu me ensina a fazê renda
Que eu te ensino a namorá
Lampião desceu a serra
Deu um baile em Cajazeira
Botou as moças donzelas
Pra cantá muié rendera
As moças de Vila Bela
Não têm mais ocupação
Se que fica na janela
Namorando Lampião
(Entram no palco
um menino e uma menina, nas extremidades do palco)
(Menina declamando)
O poeta não tem viola
O vaqueiro não quer gibão
Retirante não tem sacola
A mulher não tem coração
Sabiá não vive cantando
O jardim não tem uma flor
Quando a rima está faltando ao poeta improvisador
(Menino
declamando)
A cozinha não tem um pote
Uma casa não tem pilão
Jararaca perde o seu bote
O cachorro não quer pirão
Mulher rica fica sobrando
Moça nova não quer amor
Quando a rima está faltando ao poeta improvisador
(saem de cena e entram lampião e seu Luiz)
Luiz
Já corrí trecho de mundo
Defendendo meu enredo
Com a sanfona no peito
Não sou homem de ter medo
Na peleja do calango
Convido Lampião
Lampião
Seu Luiz, eu tou pronto
Pra travar a cantoria
Mergulhar o meu sertão
No mundo da poesia
Ponteando a minha vida
Ao nascer de um novo dia
Luiz
Sou sertão, sou pé-de-serra
Cantador e sanfoneiro
Eu sou o cheiro da terra
Sou o rio e tabuleiro
Sou a fé no Padre Ciço
O Santo do Juazeiro
Lampião
Eu sou filho de Teófilo
Que no verso era arisco
Catumã, violeiro
Ligeiro que nem Corisco
Da banda norte mineira
O Estado, São Francisco
Luiz
Sou fío de Januário
Tocador de oito baixo
Sertanejo até a tampa
Eita! Velho que era macho!
O poeta da sanfona
Que nunca caiu do cacho
Lampião
Vamos parar o calango
Encerrar nosso por fim
Viva treze de dezembro
Dia de Santa Luzia
O Senhor faz s cento e dois anos
Com a sanfona e simpatia
Música e
coreografia coma
turma___________________________________________
Música Xaxado
Pisada do sertão (
Música 5)
Luar do Sertão ( Música 10
Luiz Gonzaga
(entra em cena 3 pessoas para declamar e o coral faz o
refrão)
Pessoa 1
Oh! que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Pessoa 2
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia a nos nascer do coração
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Pessoa 3
Mas como é lindo ver depois por entre o mato
Deslizar calmo regato, transparente como um véu
No leito azul das suas águas murmurando
E por sua vez, roubando as estrelas lá do céu
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
(entra o menino nº
6 com a mala na mão declamando)
Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar
Música e
coreografia com a turma_____________________________________
Sabiá ( Música 6)
Luiz Gonzaga
A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)
A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)
Tu que anda pelo mundo (Sabiá)
Tu que tanto já voou (Sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (Sabiá)
Alivia minha dor (Sabiá)
Tem pena d'eu (Sabiá)
Diz por favor (Sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (Sabiá)
Onde anda o meu amor
Sábia...
A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)
A todo mundo eu dou psiu (Psiu, Psiu, Psiu)
Perguntando por meu bem (Psiu, Psiu, Psiu)
Tendo um coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (Psiu, Psiu, Psiu)
(entra um menino
para conversar com o viajante)
Menino 5
Pronde tu vai Lui?
Menino 6
Eu vou pra casa dela
Menino 5
Fazê o que Lui?
Menino 6
Eu vou carregá ela
Menino 5
Lui tu não te alembra
Da carreira que levou
No caminho da
cachoeira
Qua a poeira alevantou
Menino 6
O pai dela é muito brabo
E a mão dela não me dá
Vou roubá essa cabôca
E vou casá no Caruá
- Eu num sei que diabo tem esses véio! Que quando a gente
vai pedir uma menina pra casar, eles dizem logo:
- Num dou! E se for homem, roube! A gente vai, rouba,
casa no civí, casa na igreja depois leva a menina pra ele botar a benção e ele
diz:
- Deus te cubra de fortuna, minha fía! Ah! Ah! Eu conheço
a jogada desses véio! Eles num querem é gastar dinheiro com a despesa! Esses
véio sertanejo são muito malandro.
Menino 5
Pra donde vocês vão?
Menino 6
Vamo pra Petrolina
(entra a menina em cena falando)
Nada disso. Eu quero ir pra Juazeiro
Música ( Música 7)
e coreografia coma turma_____________________________________
Petrolina Juazeiro
Luiz Gonzaga
Na margem do São Francisco nasceu a beleza
E a natureza ela conservou
Jesus abençoou com a sua mão divina
Pra não morrer de saudade vou voltar pra Petrolina
Do outro lado do rio tem uma cidade
E na minha mocidade eu visitava todo dia
Atravessava a ponte mas, que alegria!
Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia
Ainda me lembro que nos tempos de criança
Esquisita era a carranca
E o apito do trem
Mas, achava lindo quando a ponte levantava
E o vapor passava num gostoso vai e vem
Petrolina, Juazeiro, Juazeiro, Petrolina
Todas as duas eu acho uma coisa linda
Eu gosto de Juazeiro, e adoro Petrolina
Coral e Música Forró
no Escuro
O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou
Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
Se você for seu nego chora
Seu nego chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra
E pegar o sol com a mão
Música ( Música 8) e coreografia coma
turma_________________________________________________
Aluno 1
Nos acordes da sanfona
Foi assim imortalizado
E com a coroa de rei
Gonzagão foi consagrado
Aplausos da multidão
Cento e dois anos do rei do baião
Hoje é comemorado.
Aluno 2
Parabéns Luiz Gonzaga
Por sua obra fascinante
Pois na música brasileira
Tens a fama de um gigante
Deixaste um grande legado
Serás pra sempre lembrado
Pela carreira brilhante.
Aluno 3
Hoje acordei saudoso
Do nobre Rei do Baião
Que tanto alegrou o povo
Da cidade e do Sertão
Luiz Gonzaga é o seu nome
E o apelido é Gonzagão
Aluno 4
Gonzagão nobre poeta
Da cultura popular
No Brasil de Norte a Sul
Fez sua estrela brilhar
Cantando Xote e Baião
Fez a sanfona falar
Aluno 5
Na fazenda Caiçara
Nasceu o Rei do Baião
Cresceu tocando zabumba
Mais tarde acordeão
E pelo país inteiro
Mostrou a dor do Sertão
Aluno 6
Numa sala de reboco
Dançou com o seu benzinho
Viu Asa Branca voar
Partindo triste do ninho
Mostrou o flagelo da seca
E dançou Xote de mansinho
Aluno 7
Por um amor proibido
Luiz Gonzaga apanhou
Revoltado com os pais
O pé na estrada botou
E sem saber o que fazer
No exército se alistou
Aluno 8
O "cabra da peste" Gonzaga
Nordestino arretado
Viajou pelo Brasil
Ainda como soldado
Mas no Rio de Janeiro
O "cabra" ficou encantado
Aluno 9
Pediu dispensa da farda
E na zona foi tocar
Solando acordeão
Foi tentando se firmar
Tocando samba e choro
Não saia do lugar
Aluno 10
Mas como um soldado bravo
Luiz Gonzaga insistiu
E num programa de calouros
Despontou para o Brasil
Quando a platéia de pé
Empolgada lhe aplaudiu
Aluno 11
Aos poucos Luiz Gonzaga
Foi mostrando a Nação
Com talento e humildade
Como se canta Baião
Conquistou ricos e pobres
Na cidade e no sertão
Aluno 12
Cantou com desenvoltura
Toada, xaxado e xote
Aboio, chamego e baião
No sudeste, sul e norte
O fole da sua sanfona
Somente calou-se com a morte
Aluno 13
No ano oitenta e nove
O Brasil entristeceu
Quando o fole da sanfona
De Gonzaga emudeceu
Naquele dois de agosto
O Rei do Baião morreu
Aluno 14
Gonzagão deixou saudades
No coração do Brasil
Naquela manhã de agosto
Quando daqui partiu
Mas seu canto ainda ecoa
Pelo céu azul anil
Todos e Coral Música (Final)
( Música 9)
O Que É, O Que É?
Gonzaguinha
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita
Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita
Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita
E a vida
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida de um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!
E a vida
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita
Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita: É bonita, é bonita é bonita
ENCERRAMENTO: A Escola João Walmick agradece a todos que
abrilhantaram o nosso evento com a sua presença.
A todos o nosso muito obrigado e um grande desejo que
durante o ano possamos realizar muitos
sonhos... sonhos de alegria, de aprendizagens, de descobertas... Enfim, o sonho
de construir um mundo melhor!
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